terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ele

Ele me conheceu.
Ele se apaixonou.
Ele me apaixonou.
Ele me levou pra viajar.
Ele aturou minha cadela ciumenta.
Ele acendeu a lareira para nós.
Ele comeu minha comida salgada.
Ele esteve ao meu lado.
Ele me apoiou.
Ele me apresentou pessoas.
Ele se encaixou perfeitamente na minha vida.
Ele ficou amigo dos meus amigos.
Ele prometeu cuidar da minha cadela se eu morresse num dos meus porres.
Ele me ensinou.
Ele me incentivou.
Ele me irritou.
Ele me agüentou.
Ele me desejou.
Ele me possuiu.
Ele jurou amor eterno.
Ele me prometeu filhos.
Ele me levou para a Argentina.
Ele insistiu para eu aprender snowboard.
Ele entrou de preto.
Eu entrei de branco.

Hoje Ele é meu marido.
Ele é meu bom dia e meu boa noite.
Ele é meu amor, minha vida, meu mundo e meu fundo.
Ele é o começo e o fim.

Ele é tudo pra mim!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Romeu e Julieta nos tempos modernos

Vocês já pensaram se Julieta não tivesse se feito de morta, então Romeu não teria se suicidado, e conseqüentemente ela, ao acordar de seu efeito entorpecedor, não tivesse cravado um punhal em seu peito? Será que se eles estivessem vivos, estariam juntos?

Passariam por cima das famílias, enfrentariam preconceitos, quebrariam barreiras, para depois de tudo isso, procurar um advogado para realizar o divórcio. Não teria sentido algum. Imaginem a cena:

Julieta: Romeu, você esqueceu a pasta de dentes aberta!
Romeu: Jú, fecha pra mim, vai?
Julieta: Não, você precisa aprender a fechar. A sua mãe sempre fechou para você, mas eu não sou sua mãe!!!!!
Romeu: Ah é? E suas calcinhas penduradas no boxe igual morcegos?
Julieta: Ué, elas tem que secar em algum lugar! Você prefere que eu não lave?

Algum tempo depois:

Romeu: Jú, você não fez jantar?
Julieta: Ro, acabei de chegar do trabalho, será que você não pode encomendar uma pizza?
Romeu: Ah, queria comer comida de verdade. Minha mãe fazia sempre arroz, feijão, bife e batata frita para mim.
Julieta: Ro-ô, já falei milhares de vezes que não sou sua mãe! Aliás, graças a Deus!
Romeu: As mulheres da família Montecchio nunca deixaram seus maridos passando fome...
Julieta: Pois é, mas as mulheres da família Capuleto trabalham, são independentes e não ficam atrás do marido toda vez que precisam comprar uma caixa de sabão em pó.

Assim como qualquer casal teriam suas briguinhas, discussões, conflitos, mas imagino se no caso deles a coisa não seria mais séria. Será que se questionariam se valeu a pena mesmo tudo o que enfrentaram. A coragem do primo de Julieta, que numa tentativa de defender a honra de sua querida prima, acabou morto por Romeu; ou a também morte do primo de Romeu, que foi defendê-lo. Será que Julieta não pensaria nenhuma vez na célebre frase: “Bem que me avisaram...”?

Mas uma coisa não há que se ter dúvidas, a união dos pombinhos shakespeareanos serviu pelo menos para unir as famílias e terminarem os conflitos entre eles. Mas será que se eles tivessem feito tudo de forma convencional, com noivado, convite, véu, grinalda, bolo e o escambau, será que as famílias teriam feito as pazes mesmo assim? Porque segundo a história original, as famílias perdoaram-se mutuamente por conta da descoberta da união de seus falecidos filhos.

Certamente sim quando viessem os netinhos, não há dúvidas que os avós ficariam babando com as criancinhas. Nas festinhas iam querer sempre dar o melhor presente para poder ter o amor maior dos pimpolhos. No fim, os dois sobrenomes andariam lado a lado, e o portador desse nome seria o ser mais amado de toda a Verona.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O amor próprio e o próprio amor

Ah, o amor. Acho que todo mundo nesse mundo já escreveu sobre o amor. É o tema mais fácil de se falar, o mais polêmico e o mais difícil de se explicar. Talvez o mais importante e o menos falado seja o amor próprio, porque sem sempre o sentimos, apesar de ele existir dentro de cada um de nós.
Esse tal amor vive dentro dos nossos espelhos e dos nossos corações. Sempre temos uma autocrítica a fazer. Ou porque a sobrancelha está grande, ou porque o cabelo está sem corte, ou porque a calça que você usava há 10 anos já não cabe mais, ou porque você gostaria de ter um peito maior ou menor. Porque você não deveria ter ligado para ele, não deveria ter ido encontrá-lo, ou porque cedemos sempre.
E quando nossa autocrítica nos serve para alguma coisa, quando resolvemos ouvi-la e usá-la para o bem, nos sentimos poderosas, confiantes e isso é um chamariz para elogios. Ainda mais quando “ELE” elogia, te chama de gostosa, linda, poderosa! É melhor que uma hora de massagem no cabelo, melhor que abraçar um ursinho panda.
Já o amor, puro e simples é diferente porque tem várias vertentes. E cada um sente uma forma de amor. Tem o amor feliz, o amor depressivo, o amor irritante, o amor ausente (ou seria desamor???), o amor dependente, uma infinidade deles. Todos, isolados, são terríveis, causam tristeza, insegurança, medo, enjôo, euforia, depressão, fúria. Já eles conjugados, podem não ser tão ruins assim.
Nossa! Estou falando que amor não é uma coisa tão ruim assim???? Geralmente as pessoas dizem que amor é a melhor coisa do mundo!!!
Mas a real é que se não fosse o amor, a gente não teria que ficar preocupada com corpo, cabelo, roupa, unhas. A gente poderia esquecer que existe depilação, escovas progressivas, regimes, roupas que modelam a silhueta, cintas, tendências da moda, a cor que vai ser “up” no verão, o esmalte que vai estrelar no inverno, curvex... Mas se não fosse o amor próprio, nem ligaríamos para essas coisas mundanas. Isso mostra que um não existe sem o outro. Por isso, se quisermos amar de verdade alguém, esse alguém tem que ser nós mesmas em primeiro lugar, e quem vier em seguida, é conseqüência desse amor próprio latente.
Já diziam que o amor é o calor que aquece a alma. E cá pra nós, nada melhor que ter uma pessoa ali do seu lado, na frente da lareira, tomando um vinho, falando sobre amenidades. Ou alguém para fazer massagem num dia tenso e ouvir você reclamar da vida, do chefe, da mãe, da amiga ou do tempo que está maluco. Ou até para te dar broncas quando você está errada. Mostrar que nem sempre nós estamos certas. Um “bom dia” quando acorda, um “boa noite” antes de dormir, um “te amo” no meio da tarde...
Enfim, mesmo com as coisas chatas que podem ser relacionadas num começo de namoro como insegurança, falta de paciência, acostumar-se com a outra pessoa, grudes e manias, tem sempre o outro lado que é descobrir a outra pessoa, apresentar para a família, aprovação dos amigos, o friozinho na barriga, arrumar-se pra ele, vê-lo todo arrumadinho e cheirosinho só pra você e pensar: “Será ele a tampa da minha panela”????

A ressaca

A ressaca

Existe coisa pior que ressaca??? Existe frase mais citada do que “Nunca mais eu bebo” num dia desses???
Aquele sentimento de desespero, aquela agonia sem fim, o gosto de cabo de guarda-chuva na boca, parece que seu céu da boca vai rachar, a língua inchada... Você se sente miserável!
Se tiver que trabalhar nesse dia então, nem se fale! Haja garrafas de água, carboidratos, Eno, Epocler, Engov e corretivo para disfarçar as olheiras. E, além disso, os colegas de trabalho tirando sarro da sua cara porque você não consegue parar em pé! Realmente, a vida parece se transformar em um filme de terror.
Sabem o que é o pior???? É que mesmo assim, nunca aprendemos. Se no dia seguinte tiver mais uma festa, lá estará o recém curado bebendo novamente! Acredito que com mais cautela, mas nunca abandonando seu copo!
A premissa “Eu bebo sim, e estou vivendo. Tem gente que não bebe e está morrendo” existe apenas por ser uma forma de deixar o bêbado mais confortável com a sua condição. Ele pensa: “Se as pessoas que não bebem também morrem, porque deixar de beber???” e continuam cada vez mais determinados na sua missão etílica.
Existem milhares de receitas anti-ressaca, é claro que todas elas apenas amenizam os sintomas. Chá disso, chá daquilo, sopinha de arroz com cenoura (se bem que é uma delícia!). Ouvi dizer que suco de tomate é ótimo, mas só de pensar que aquilo pode ser misturado a uma dose de vodca e virar um Blood Mary dá até desespero no pobre enfermo. A verdade é que nenhuma receita é mais eficaz do que ficar em casa assistindo sessão da tarde tomando leite com Nescau gelado. Receita milenar de uma amiga minha. Será que ela disse isso por experiência própria ou seria isso mais um folclore brasileiro????
Bem que a gente poderia faltar no trabalho quando tem ressaca, né? Como uma gripe forte. A única diferença é que ao invés de um médico dar o atestado de que a pessoa está incapacitada para o trabalho, seria o barman que assinaria a declaração. Não sei com que autoridade, mas certamente foi ele o culpado por seu estado lastimável. Depois ele que se entenda com seu chefe! E você que se entenda com sua cabeça que parece pesar 400 kg. e seu fígado que declarou estado de emergência.
A verdade é que não tem nada melhor do que sentar com alguns amigos, bater um bom papo e tomar aquela cervejinha gelada. Aliás, esse texto dedico às minhas amigas que eu amo de paixão e que todas as vezes que nos encontramos fico de ressaca no dia seguinte, mas sempre é tão bom que me esqueço das conseqüências e quero sempre mais! Um beijo, pepitas!